1 - BRONZE ANTIGO
OS GRANDES IMPÉRIOS - EGITO E MESOPOTÂMIA
Egito
Para compreender a história do Egito antigo, convém dividir esse longo período em segmentos menores, mais gerenciáveis. Seguindo a tradição do historiador egípcio Maneto (séc. III a.C.), a história egípcia é dividida em 31 dinastias:
Egito Pré-dinástico (anterior a 3000 a.C.);
Egito Arcaico (l e II dinastias: 3000-2700 a.C.);
Período do Reino Antigo (III-VI dinastias: 2700-2160 a.C.);
Primeiro Período Intermediário (VII-X dinastias: 2160-2010 a.C.);
Período do Reino Médio (XI-XII dinastias: 2106-1786 a.C.);
Segundo Período Intermediário (XIII-XVIII dinastias: 1786-1550 a.C.);
Período do Reino Novo (XVIII-XX dinastias: 1550-1069 a.C.);
Terceiro Período Intermediário (XXI-XV dinastias: 1069-656 a.C.);
Períodos Posteriores.
Mesopotâmia
A Suméria, conhecida como Sinar na Bíblia (Gn 10:10), foi uma civilização da região da Mesopotâmia que teve uma profunda influência no mundo bíblico. O povo sumério habitou essa região a partir de meados do IV milênio a.C. Suas principais cidades incluíam Uruk (identificada com a bíblica Ereque), Agade (associada à bíblica Acade), Ur, Nipur, Kish, Lagash, Isin e Larsa. A civilização e a cultura sumérias chegaram ao seu fim por volta de 1750 a.C.; contudo, a identidade racial e a origem dos sumérios são desconhecidas. Sabe-se, porém, que não eram de origem semita (não pertenciam ao grupo racial que incluía os israelitas, cananeus, assírios, arameus e árabes). Os sumérios contribuíram significativamente para as culturas do antigo Oriente Médio. Eles foram pioneiros na invenção da roda, da roda de oleiro e do sistema de numeração sexagesimal, baseado no número 60. Além disso, compilaram coleções de leis. Na arquitetura, desenvolveram o uso do arco, do domo e da abóbada.
Uruk
É considerada uma das primeiras cidades do mundo e o local onde muitos dos livros mais antigos da Bíblia podem ter se originado. Acredita-se que este local seja o mesmo da cidade bíblica de Ereque, mencionada no livro de Gênesis como uma das primeiras cidades estabelecidas após o Dilúvio (Gn 10:10).
Surgimento da escrita em Uruk
Por volta de 3.200 a.C., um indivíduo em Uruk teve a notável ideia de inventar a escrita, utilizando um estilete feito de junco ou osso para imprimir símbolos e sinais em tabuletas de argila macia. Esse momento histórico marcou o início da escrita cuneiforme, assim chamada devido à sua forma em cunha.
Estandarte de Ur
O Estandarte de Ur (sul do Iraque, cerca de 2600-2400 a.C.) foi encontrado em uma das maiores sepulturas do Cemitério Real de Ur. Os painéis principais do estandarte são conhecidos como “Guerra e Paz”.
Ziusudra
Último rei da Suméria antes do Grande Dilúvio segundo o relato sumeriano. Ele é posteriormente registrado como o herói do mito da criação suméria e aparece nos escritos de Berossus como Xisuthros. Foi um dos vários personagens míticos protagonistas dos relatos do dilúvio do Oriente Próximo, incluindo Atrahasis, Utnapishtim que lembram a história bíblica de Noé.
Acadianos
Os acádios formaram o Primeiro Império na região da Mesopotâmia após entrarem em guerra para tomar o poder do povo sumério por volta de 2.300 a.C. Após a guerra, esses dois povos se uniram e construíram um Império Unificado, também conhecido como Império Acádio. Sob a liderança do rei Sargão I, os acádios herdaram os costumes, a cultura e a escrita cuneiforme dos sumérios.
Babilônicos – Ur (Ur Namu)
A Babilônia se tornou o centro político e comercial da região dos rios Tigre e Eufrates, abrangendo todo o sul da Mesopotâmia e parte da Assíria, ao norte.
ESCRITA NO MUNDO ANTIGO
Os sumérios criaram o mais antigo sistema de escrita do mundo, o cuneiforme. O cuneiforme sumério foi a base para a criação do cuneiforme acádio posteriormente. Há cerca de 250 mil tabletes cuneiformes conhecidos, datados desde 3200 a. C. até o século 1 d.C. A decifração do sumério foi difícil porque esse idioma era linguisticamente isolado. No entanto, alguns tabletes bilingues, que contêm tanto o acádio quanto o sumério, têm possibilitado aos estudiosos um conhecimento bastante eficaz do sumério. No Egito, os hieróglifos foram desenvolvidos durante a l e lI dinastias (ca. 3000 a 2700 a.C.).
POLÍTICA
A lista de reis sumérios, antigo registro dos reis da Suméria e da Acádia, foi composta originalmente no final do III milênio a.C., durante o reinado de Utu-hegal de Uruk, com o propósito de legitimar a dinastia reinante. Ela apresenta notáveis semelhanças com as genealogias de Gênesis. O preâmbulo começa com uma terminologia intrigante: "quando a realeza desceu do céu". Depois avança para a lista da sucessão de reis, a duração de seus reinados e as respectivas cidade nas quais reinaram. Os registros indicam reinados muito longos. Por exemplo, “Enmenluana reinou 43.200 anos; Enmengalana reinou 28.800 anos". Há também registro de um grande dilúvio que teria inundado a terra, e depois disso, os reis tiveram reinados bem mais curtos, ainda que inacreditavelmente longos (“140 a 1.200 anos”). As genealogias de Gênesis também estão divididas nos períodos pré e pós-diluviano, registrando uma longevidade maior antes do Dilúvio em Gênesis 5, e uma longevidade significativamente menor depois dele (cap. 11). No entanto, ao contrário da lista de reis, as antigas genealogias de Gênesis não têm o propósito de legitimar reis posteriores.
Gudea
Especula-se que Gudea, que governou a cidade-estado de Lagash na antiga Mesopotâmia durante o período sumério no final do III milênio a.C., pode ter sido um proeminente banqueiro que, ao assumir o controle das finanças da cidade, posteriormente ascendeu ao trono. Ao longo da vida, dedicou-se aos negócios, restabelecendo contratos comerciais que se estendiam da Índia a Amurru. Durante seu governo, ele adotou uma abordagem pacifista.
Leis de Eshnunna
Tablete que contém o código de leis da cidade mesopotâmica de Eshnunna. Escrito em acadiano, apresenta cerca de sessenta das mais antigas leis documentadas da história. Essas abrangem regulamentos relacionados a propriedades, escravos, direitos hereditários e contratos de casamento, entre outros. Entre essas leis, é estipulado que a compra de uma propriedade deveria ser formalizada na presença de ídolos como meio de comprovar o negócio.
ECONOMIA
A economia da região da Mesopotâmia era muito complexa, nitidamente mais do que a estatizada economia egípcia, com certos aspectos modernos. Fundamentava-se na agricultura das planícies irrigadas, e exploradas pelos beneficiários de lotes do Estado, ou então por colonos, locatários e sublocatários, aos quais se forneciam o material e os fundos emprestados pelos agentes de negócios do rei. Estes fundos provinham dos benefícios realizados na administração dos domínios reais e dos bens dos templos. Ao que parece todo um mecanismo de títulos à ordem e de bônus a receber nos armazéns e celeiros do Estado facilitou estas operações, que determinaram uma economia curiosamente natural baseada em atividades agrícolas sob o controle hidráulico dos rios.
As principais riquezas são o trigo, a cevada, as tâmaras, o gado doméstico e as aves de quintal; os tecidos de linho e de lã, os objetos de ouro e de prata, as joias de marfim, as pedras preciosas e os cilindros gravados servindo de sinetes. O comércio fazia-se mediante a importação de metais, de produtos preciosos e, no baixo vale, de madeira e por vezes de pedra, pois apenas a argila, trabalhada em tijolos crus ou cozidos, era abundante. A ausência de moeda era suprida pela troca no comércio local, e pelos metais como a prata, e sobretudo, cobre e ouro, em lingotes, barras, placas e anéis, cuidadosamente pesados, por vezes timbrados. Pondo-se de parte a moeda, esta atividade era “espantosamente moderna” e a civilização babilônica expandiu-se pelo mundo mediterrânico (Palestina, Síria, Anatólia, Mar Egeu, Creta), graças à habilidade dos mercadores semitas.
RELIGIÃO
A religião suméria influenciou fortemente a religião do antigo Oriente Médio, incluindo o culto ao Sol, à Lua, às estrelas e a alguns "deuses mortos", como Dumuzi (Tamuz). A literatura suméria inclui hinos, provérbios, poemas de amor, lamentos e mitos épicos, e há paralelos bíblicos interessantes nesses textos.
Relatos do Dilúvio
Tablete de inundação
Já foram encontradas e decifradas mais de 40 versões antigas semelhantes ao Gênesis sobre o Dilúvio, que datam de até 2100 a.C. Isso demonstra que Moisés não foi o criador da história diluviana. Neste tablete, o texto escrito em sumério, trata da criação dos humanos, das cidades pré-diluvianas e de seus governantes e do dilúvio. Contém instruções divinas ao homem para a construção de cidades sob a proteção de divindades específicas. Há menção a cinco nomes de cidades, incluindo a portuária Eridu. O texto registra que Enki, o deus das águas, revela ao rei Ziusudra o plano dos deuses para destruir a raça humana por meio de uma inundação, e o exorta a construir um imenso barco e enchê-lo com pares de animais. O vento e as tempestades vieram e com eles o dilúvio, que durou sete dias e sete noites. Ziusudra desembarcou do navio e ofereceu sacrifícios aos deuses An e Enlil, que lhe concederam vida eterna.
Épico de Gilgamés
Nesse épico, Gilgamés procura um homem chamado Utnapishtim (o equivalente do Noé bíblico), cuja história é então recontada. Enlil, uma das divindades mais elevadas, fica aborrecido com a cacofonia dos ruídos que lhe chegam da parte dos seres humanos e decide inundar a terra e destruir a todos numa inundação catastrófica.
Enki, o deus das águas, revela a intenção de Enlil ao mortal Utnapishtim, levando-o a construir um enorme barco e enchê-lo com pares de animais. Instruído a não revelar a razão de seu místico projeto de construção, Utnapishtim é mais tarde levado ao ponto crítico de entrar no barco com sua esposa. Por terríveis sete dias e sete noites, Utnapishtim e sua esposa são sacudidos na embarcação enquanto as águas do dilúvio cobrem a terra. Quando as águas finalmente diminuem, o barco se aloja no topo de uma alta montanha. Utnapishtim solta uma pomba, uma andorinha e um corvo, e o último não retorna, aparentemente porque encontrou alimento. O homem, então, desembarca e oferece generosos sacrifícios aos deuses, os quais, como gratidão, concedem vida eterna a ele e à sua esposa por terem salvado o futuro dos humanos e dos animais.
Cone
Os Cones, também conhecidos como pregos ou pinos de terracota, eram colocados nas paredes dos templos da cidade de Eninnu em homenagem ao deus Ningirsu, pelo Rei de Lagash, Gudea. Essa prática era comum pelos sumerianos.
Sacerdote da Mesopotâmia
A classe dos sacerdotes parecia controlar a política nas primeiras unidades políticas da Antiga Mesopotâmia, comumente chamadas de "cidades-estado". Toda a cidade possuía um deus protetor, que os mesopotâmicos acreditavam ser responsável por garantir as boas colheitas, por exemplo. Os sacerdotes do templo, intermediários entre os homens e os deuses, adquiriam proeminência política na medida em que essas crenças se fortaleciam. O povo mesopotâmico era muito supersticioso e os sacerdotes eram aqueles que tinham a capacidade de se comunicar com os deuses e prever o futuro e para isso criaram mapas com os astros e o horóscopo.
Selos
Os artesãos trabalhavam com pedras preciosas e semipreciosas para criar selos cilíndricos com entalhes figuras esculpidas ou buriladas abaixo da superfície da pedra de modo que a impressão produzisse uma imagem em relevo. Esses selos eram usados na antiga Mesopotâmia para fazer impressões, rolando-os na argila molhada, amuletos (talismãs ou enfeites muitas vezes inscritos com palavras mágicas ou símbolos de proteção contra o mal), pendentes e engastes.
(Legenda 1)
Incrustação de concha de uma mulher usando um selo cilíndrico, Templo de Dagan, Mari, Síria, cerca de 2550-2250 a.C., Museu Nacional, Damasco.
(Legenda 2)
Selo com impressão de animais. Os selos eram usados para identificação do seu possuidor e para lacrar documentos. Eram feitos em formato de anéis ou de cilindro, presos ao pescoço por um cordão (I Rs. 21: 8, Es. 8:8, Jr 22: 24, Jr. 32: 10, Dn 6:17). Tamar tomou o selo de seu sogro Judá como penhor para comprovar que estava grávida dele. “Respondeu ele: Que penhor te darei? Ela disse: O teu selo, o teu cordão e o cajado que seguras. Ele, pois, lhos deu e a possuiu; e ela concebeu dele” (Gn. 38:18).
PODER E JUSTIÇA NA ANTIGA MESOPOTÂMIA
Hamurabi foi o sexto rei da Primeira Dinastia da Babilônia, governando por volta do século XVIII a.C. Embora não tenha se destacado como um rei espetacular, ele foi poderoso e bem-sucedido em seu reinado. No entanto, ele se tornou amplamente reconhecido na história da Mesopotâmia devido à fama universal de seu Código de Hamurabi, especialmente graças à grande estela de pedra que o exibia. Hamurabi iniciou seu reinado governando Babilônia, que era apenas uma das muitas cidades que competiam pelo poder na Mesopotâmia. Através de uma diplomacia habilidosa e do uso da força militar, ele primeiro derrotou seu maior rival no sul, Rim-Sin de Larsa, e, em seguida, seu desafiante do norte, Zimri-lim de Mari.
A época de Hamurabi foi, em diversos aspectos, rica em literatura. Além do renomado Código de Hamurabi, chegaram até nós correspondências diplomáticas e pessoais de sua corte, proporcionando-nos um vislumbre do homem Hamurabi. Ele parece ter sido um líder rigoroso e arbitrário em certos aspectos, mas não se encaixava exatamente no perfil de um tirano. Seu código de leis não foi originalmente uma criação sua, mas uma compilação de modelos de leis já existentes na sociedade mesopotâmica. Além disso, a prática de produzir estelas de pedra com inscrições legais tinha o propósito de lembrar o povo da autoridade que Hamurabi exercia sobre seus territórios.
GUERRAS
O uso de cavalos e carruagens revolucionou a arte da guerra no antigo Crescente Fértil Oriente Médio. Os estudiosos concordam em que o cavalo foi introduzido na região durante o fim do III milênio a.C. e se tomou proeminente em Canaã por volta do início do Il milênio. Em seguida, ocorreu o desenvolvimento da carruagem, embora alguns estudiosos discordem sobre a história de sua invenção. Cavalos e carruagens sãomencionados nos tabletes de Mari (séc. XVII a.C.), e os cassitas e o povo mesopotâmico Mitani (séc. XVII a.C.) eram conhecidos tanto pela criação de cavalos quanto pela tecnologia das carruagens. De fato, os cassitas desenvolveram uma nomenclatura precisa para os componentes das carruagens, e os nobres guerreiros de Mitani compunham um grupo de especialistas em carruagens.
De maneira semelhante, os estrangeiros introduziram cavalos e carruagens entre os egípcios (Gn. 15) durante o período dos hicsos (séc. XVIII-XVI a.C.). No período subsequente do Reino Novo (séc. XVIXI a.C.), as carruagens puxadas por cavalos eram de uso comum nas guerras e procissões religiosas. Às vezes, até serviam de tronos portáteis. Relevos e pinturas egípcias retratam Seti I e Ramessés III posando em carruagens, empunhando o arco diante dos inimigos. Também foram encontradas carruagens em artefatos das tumbas da XVIII Dinastia, como os que estão relacionados ao rei Tutancâmon.
Os modelos das carruagens mais primitivas permitiam que duas pessoas lado a lado - um condutor e um arqueiro ocupassem uma pequena plataforma. O eixo era feito de madeira, e as braçadeiras mantinham o conjunto unido. As rodas eram encaixadas ao eixo com chavetas de madeira ou de bronze. Os varais estendiam-se até a parte traseira da carruagem e eram presos com braçadeiras de couro, estas ligadas às cangas dos cavalos com tiras. Uma vez que os cavalos foram primeiramente usados nos tempos antigos para puxar carruagens, o termo cavaleiro de Êxodo 15:1 provavelmente indica o condutor da carruagem. O motivo de orgulho retratado na canção, a fato de Deus ter arremessado cavalo e cavaleiro para dentro do mar, demostra de forma dramática a maneira pela qual o poder de Deus superou a tecnologia e a mais avançada ferramenta de guerra disponível na época.
COTIDIANO
O papel do patriarca na vida familiar Se quisermos entender Abraão como fundador e pai da fé de Israel, precisamos, antes de tudo, reconhecer o papel que um patriarca desempenhava na vida familiar durante o período pré-monarquia. A estrutura social da época era composta de alguns níveis: a tribo, o clã e a família (Js.7.34). A unidade fundamental era a família paterna. Consistia de um patriarca adulto, a esposa, os filhos e as esposas deles, os netos e outros dependentes. Como a linhagem ou descendência passava para os filhos, as filhas casadas se incorporavam as famílias dos maridos.
Lamparinas
As primeiras lamparinas de cerâmica foram identificadas na Ásia Menor, Creta e Chipre, datadas de 3 mil a.C. As primeiras formas eram abertas, semelhantes a uma tigela rasa, com uma dobra para o descanso do pavio. A mecha era feita de qualquer material fibroso, linho, papiro ou fibras vegetais. Essas peças eram fabricadas individualmente pela modelagem manual. Elas eram abastecidas com azeite de oliva e o seu reservatório podia durar toda uma noite. Como elemento religioso, as lâmpadas eram desde os primórdios um importante item da mobília do templo, sendo, portanto, um objeto empregado na adoração aos deuses, tendo um caráter votivo.
ARQUITETURA
A pedra e a argamassa eram materiais de construção comuns em Canaã, mas as pedras eram escassas na Mesopotâmia. As escavações arqueológicas indicam que os tijolos de barro e o piche eram mais utilizados naquela região, o que confirma o relato de Gênesis 11:3.
As cidades mesopotâmicas antigas eram dominadas por um complexo templo, que incluía uma torre. O templo mesopotâmio típico, conhecido como zigurate, tinha a base quadrada e os lados inclinados com escadas que levavam a um pequeno altar no topo. O zigurate era dedicado a uma única deidade. Seu desenho tornava-o apropriado à "descida" do deus a seu templo para receber a adoração de seu povo e abençoá-lo. Em Gênesis 11:4, esperava-se que Deus descesse, mas o relato diz que ele não estava satisfeito! Aos zigurates mesopotâmios foram dados nomes que demonstravam sua função de escadaria da terra para o céu: Casa da Ligação entre o Céu e a Terra (em Larsa), Casa dos Sete Guias do Céu e da Terra (em Borsipa), Casa da Plataforma Fundamental do Céu e da Terra (na Babilônia) e Casa da Montanha do Universo (em Assur).
1 - BRONZE ANTIGO
OS GRANDES IMPÉRIOS - EGITO E MESOPOTÂMIA
Egito
Para compreender a história do Egito antigo, convém dividir esse longo período em segmentos menores, mais gerenciáveis. Seguindo a tradição do historiador egípcio Maneto (séc. III a.C.), a história egípcia é dividida em 31 dinastias:
Egito Pré-dinástico (anterior a 3000 a.C.);
Egito Arcaico (l e II dinastias: 3000-2700 a.C.);
Período do Reino Antigo (III-VI dinastias: 2700-2160 a.C.);
Primeiro Período Intermediário (VII-X dinastias: 2160-2010 a.C.);
Período do Reino Médio (XI-XII dinastias: 2106-1786 a.C.);
Segundo Período Intermediário (XIII-XVIII dinastias: 1786-1550 a.C.);
Período do Reino Novo (XVIII-XX dinastias: 1550-1069 a.C.);
Terceiro Período Intermediário (XXI-XV dinastias: 1069-656 a.C.);
Períodos Posteriores.
Mesopotâmia
A Suméria, conhecida como Sinar na Bíblia (Gn 10:10), foi uma civilização da região da Mesopotâmia que teve uma profunda influência no mundo bíblico. O povo sumério habitou essa região a partir de meados do IV milênio a.C. Suas principais cidades incluíam Uruk (identificada com a bíblica Ereque), Agade (associada à bíblica Acade), Ur, Nipur, Kish, Lagash, Isin e Larsa. A civilização e a cultura sumérias chegaram ao seu fim por volta de 1750 a.C.; contudo, a identidade racial e a origem dos sumérios são desconhecidas. Sabe-se, porém, que não eram de origem semita (não pertenciam ao grupo racial que incluía os israelitas, cananeus, assírios, arameus e árabes). Os sumérios contribuíram significativamente para as culturas do antigo Oriente Médio. Eles foram pioneiros na invenção da roda, da roda de oleiro e do sistema de numeração sexagesimal, baseado no número 60. Além disso, compilaram coleções de leis. Na arquitetura, desenvolveram o uso do arco, do domo e da abóbada.
Uruk
É considerada uma das primeiras cidades do mundo e o local onde muitos dos livros mais antigos da Bíblia podem ter se originado. Acredita-se que este local seja o mesmo da cidade bíblica de Ereque, mencionada no livro de Gênesis como uma das primeiras cidades estabelecidas após o Dilúvio (Gn 10:10).
Surgimento da escrita em Uruk
Por volta de 3.200 a.C., um indivíduo em Uruk teve a notável ideia de inventar a escrita, utilizando um estilete feito de junco ou osso para imprimir símbolos e sinais em tabuletas de argila macia. Esse momento histórico marcou o início da escrita cuneiforme, assim chamada devido à sua forma em cunha.
Estandarte de Ur
O Estandarte de Ur (sul do Iraque, cerca de 2600-2400 a.C.) foi encontrado em uma das maiores sepulturas do Cemitério Real de Ur. Os painéis principais do estandarte são conhecidos como “Guerra e Paz”.
Ziusudra
Último rei da Suméria antes do Grande Dilúvio segundo o relato sumeriano. Ele é posteriormente registrado como o herói do mito da criação suméria e aparece nos escritos de Berossus como Xisuthros. Foi um dos vários personagens míticos protagonistas dos relatos do dilúvio do Oriente Próximo, incluindo Atrahasis, Utnapishtim que lembram a história bíblica de Noé.
Acadianos
Os acádios formaram o Primeiro Império na região da Mesopotâmia após entrarem em guerra para tomar o poder do povo sumério por volta de 2.300 a.C. Após a guerra, esses dois povos se uniram e construíram um Império Unificado, também conhecido como Império Acádio. Sob a liderança do rei Sargão I, os acádios herdaram os costumes, a cultura e a escrita cuneiforme dos sumérios.
Babilônicos – Ur (Ur Namu)
A Babilônia se tornou o centro político e comercial da região dos rios Tigre e Eufrates, abrangendo todo o sul da Mesopotâmia e parte da Assíria, ao norte.
ESCRITA NO MUNDO ANTIGO
Os sumérios criaram o mais antigo sistema de escrita do mundo, o cuneiforme. O cuneiforme sumério foi a base para a criação do cuneiforme acádio posteriormente. Há cerca de 250 mil tabletes cuneiformes conhecidos, datados desde 3200 a. C. até o século 1 d.C. A decifração do sumério foi difícil porque esse idioma era linguisticamente isolado. No entanto, alguns tabletes bilingues, que contêm tanto o acádio quanto o sumério, têm possibilitado aos estudiosos um conhecimento bastante eficaz do sumério. No Egito, os hieróglifos foram desenvolvidos durante a l e lI dinastias (ca. 3000 a 2700 a.C.).
POLÍTICA
A lista de reis sumérios, antigo registro dos reis da Suméria e da Acádia, foi composta originalmente no final do III milênio a.C., durante o reinado de Utu-hegal de Uruk, com o propósito de legitimar a dinastia reinante. Ela apresenta notáveis semelhanças com as genealogias de Gênesis. O preâmbulo começa com uma terminologia intrigante: "quando a realeza desceu do céu". Depois avança para a lista da sucessão de reis, a duração de seus reinados e as respectivas cidade nas quais reinaram. Os registros indicam reinados muito longos. Por exemplo, “Enmenluana reinou 43.200 anos; Enmengalana reinou 28.800 anos". Há também registro de um grande dilúvio que teria inundado a terra, e depois disso, os reis tiveram reinados bem mais curtos, ainda que inacreditavelmente longos (“140 a 1.200 anos”). As genealogias de Gênesis também estão divididas nos períodos pré e pós-diluviano, registrando uma longevidade maior antes do Dilúvio em Gênesis 5, e uma longevidade significativamente menor depois dele (cap. 11). No entanto, ao contrário da lista de reis, as antigas genealogias de Gênesis não têm o propósito de legitimar reis posteriores.
Gudea
Especula-se que Gudea, que governou a cidade-estado de Lagash na antiga Mesopotâmia durante o período sumério no final do III milênio a.C., pode ter sido um proeminente banqueiro que, ao assumir o controle das finanças da cidade, posteriormente ascendeu ao trono. Ao longo da vida, dedicou-se aos negócios, restabelecendo contratos comerciais que se estendiam da Índia a Amurru. Durante seu governo, ele adotou uma abordagem pacifista.
Leis de Eshnunna
Tablete que contém o código de leis da cidade mesopotâmica de Eshnunna. Escrito em acadiano, apresenta cerca de sessenta das mais antigas leis documentadas da história. Essas abrangem regulamentos relacionados a propriedades, escravos, direitos hereditários e contratos de casamento, entre outros. Entre essas leis, é estipulado que a compra de uma propriedade deveria ser formalizada na presença de ídolos como meio de comprovar o negócio.
ECONOMIA
A economia da região da Mesopotâmia era muito complexa, nitidamente mais do que a estatizada economia egípcia, com certos aspectos modernos. Fundamentava-se na agricultura das planícies irrigadas, e exploradas pelos beneficiários de lotes do Estado, ou então por colonos, locatários e sublocatários, aos quais se forneciam o material e os fundos emprestados pelos agentes de negócios do rei. Estes fundos provinham dos benefícios realizados na administração dos domínios reais e dos bens dos templos. Ao que parece todo um mecanismo de títulos à ordem e de bônus a receber nos armazéns e celeiros do Estado facilitou estas operações, que determinaram uma economia curiosamente natural baseada em atividades agrícolas sob o controle hidráulico dos rios.
As principais riquezas são o trigo, a cevada, as tâmaras, o gado doméstico e as aves de quintal; os tecidos de linho e de lã, os objetos de ouro e de prata, as joias de marfim, as pedras preciosas e os cilindros gravados servindo de sinetes. O comércio fazia-se mediante a importação de metais, de produtos preciosos e, no baixo vale, de madeira e por vezes de pedra, pois apenas a argila, trabalhada em tijolos crus ou cozidos, era abundante. A ausência de moeda era suprida pela troca no comércio local, e pelos metais como a prata, e sobretudo, cobre e ouro, em lingotes, barras, placas e anéis, cuidadosamente pesados, por vezes timbrados. Pondo-se de parte a moeda, esta atividade era “espantosamente moderna” e a civilização babilônica expandiu-se pelo mundo mediterrânico (Palestina, Síria, Anatólia, Mar Egeu, Creta), graças à habilidade dos mercadores semitas.
RELIGIÃO
A religião suméria influenciou fortemente a religião do antigo Oriente Médio, incluindo o culto ao Sol, à Lua, às estrelas e a alguns "deuses mortos", como Dumuzi (Tamuz). A literatura suméria inclui hinos, provérbios, poemas de amor, lamentos e mitos épicos, e há paralelos bíblicos interessantes nesses textos.
Relatos do Dilúvio
Tablete de inundação
Já foram encontradas e decifradas mais de 40 versões antigas semelhantes ao Gênesis sobre o Dilúvio, que datam de até 2100 a.C. Isso demonstra que Moisés não foi o criador da história diluviana. Neste tablete, o texto escrito em sumério, trata da criação dos humanos, das cidades pré-diluvianas e de seus governantes e do dilúvio. Contém instruções divinas ao homem para a construção de cidades sob a proteção de divindades específicas. Há menção a cinco nomes de cidades, incluindo a portuária Eridu. O texto registra que Enki, o deus das águas, revela ao rei Ziusudra o plano dos deuses para destruir a raça humana por meio de uma inundação, e o exorta a construir um imenso barco e enchê-lo com pares de animais. O vento e as tempestades vieram e com eles o dilúvio, que durou sete dias e sete noites. Ziusudra desembarcou do navio e ofereceu sacrifícios aos deuses An e Enlil, que lhe concederam vida eterna.
Épico de Gilgamés
Nesse épico, Gilgamés procura um homem chamado Utnapishtim (o equivalente do Noé bíblico), cuja história é então recontada. Enlil, uma das divindades mais elevadas, fica aborrecido com a cacofonia dos ruídos que lhe chegam da parte dos seres humanos e decide inundar a terra e destruir a todos numa inundação catastrófica.
Enki, o deus das águas, revela a intenção de Enlil ao mortal Utnapishtim, levando-o a construir um enorme barco e enchê-lo com pares de animais. Instruído a não revelar a razão de seu místico projeto de construção, Utnapishtim é mais tarde levado ao ponto crítico de entrar no barco com sua esposa. Por terríveis sete dias e sete noites, Utnapishtim e sua esposa são sacudidos na embarcação enquanto as águas do dilúvio cobrem a terra. Quando as águas finalmente diminuem, o barco se aloja no topo de uma alta montanha. Utnapishtim solta uma pomba, uma andorinha e um corvo, e o último não retorna, aparentemente porque encontrou alimento. O homem, então, desembarca e oferece generosos sacrifícios aos deuses, os quais, como gratidão, concedem vida eterna a ele e à sua esposa por terem salvado o futuro dos humanos e dos animais.
Cone
Os Cones, também conhecidos como pregos ou pinos de terracota, eram colocados nas paredes dos templos da cidade de Eninnu em homenagem ao deus Ningirsu, pelo Rei de Lagash, Gudea. Essa prática era comum pelos sumerianos.
Sacerdote da Mesopotâmia
A classe dos sacerdotes parecia controlar a política nas primeiras unidades políticas da Antiga Mesopotâmia, comumente chamadas de "cidades-estado". Toda a cidade possuía um deus protetor, que os mesopotâmicos acreditavam ser responsável por garantir as boas colheitas, por exemplo. Os sacerdotes do templo, intermediários entre os homens e os deuses, adquiriam proeminência política na medida em que essas crenças se fortaleciam. O povo mesopotâmico era muito supersticioso e os sacerdotes eram aqueles que tinham a capacidade de se comunicar com os deuses e prever o futuro e para isso criaram mapas com os astros e o horóscopo.
Selos
Os artesãos trabalhavam com pedras preciosas e semipreciosas para criar selos cilíndricos com entalhes figuras esculpidas ou buriladas abaixo da superfície da pedra de modo que a impressão produzisse uma imagem em relevo. Esses selos eram usados na antiga Mesopotâmia para fazer impressões, rolando-os na argila molhada, amuletos (talismãs ou enfeites muitas vezes inscritos com palavras mágicas ou símbolos de proteção contra o mal), pendentes e engastes.
(Legenda 1)
Incrustação de concha de uma mulher usando um selo cilíndrico, Templo de Dagan, Mari, Síria, cerca de 2550-2250 a.C., Museu Nacional, Damasco.
(Legenda 2)
Selo com impressão de animais. Os selos eram usados para identificação do seu possuidor e para lacrar documentos. Eram feitos em formato de anéis ou de cilindro, presos ao pescoço por um cordão (I Rs. 21: 8, Es. 8:8, Jr 22: 24, Jr. 32: 10, Dn 6:17). Tamar tomou o selo de seu sogro Judá como penhor para comprovar que estava grávida dele. “Respondeu ele: Que penhor te darei? Ela disse: O teu selo, o teu cordão e o cajado que seguras. Ele, pois, lhos deu e a possuiu; e ela concebeu dele” (Gn. 38:18).
PODER E JUSTIÇA NA ANTIGA MESOPOTÂMIA
Hamurabi foi o sexto rei da Primeira Dinastia da Babilônia, governando por volta do século XVIII a.C. Embora não tenha se destacado como um rei espetacular, ele foi poderoso e bem-sucedido em seu reinado. No entanto, ele se tornou amplamente reconhecido na história da Mesopotâmia devido à fama universal de seu Código de Hamurabi, especialmente graças à grande estela de pedra que o exibia. Hamurabi iniciou seu reinado governando Babilônia, que era apenas uma das muitas cidades que competiam pelo poder na Mesopotâmia. Através de uma diplomacia habilidosa e do uso da força militar, ele primeiro derrotou seu maior rival no sul, Rim-Sin de Larsa, e, em seguida, seu desafiante do norte, Zimri-lim de Mari.
A época de Hamurabi foi, em diversos aspectos, rica em literatura. Além do renomado Código de Hamurabi, chegaram até nós correspondências diplomáticas e pessoais de sua corte, proporcionando-nos um vislumbre do homem Hamurabi. Ele parece ter sido um líder rigoroso e arbitrário em certos aspectos, mas não se encaixava exatamente no perfil de um tirano. Seu código de leis não foi originalmente uma criação sua, mas uma compilação de modelos de leis já existentes na sociedade mesopotâmica. Além disso, a prática de produzir estelas de pedra com inscrições legais tinha o propósito de lembrar o povo da autoridade que Hamurabi exercia sobre seus territórios.
GUERRAS
O uso de cavalos e carruagens revolucionou a arte da guerra no antigo Crescente Fértil Oriente Médio. Os estudiosos concordam em que o cavalo foi introduzido na região durante o fim do III milênio a.C. e se tomou proeminente em Canaã por volta do início do Il milênio. Em seguida, ocorreu o desenvolvimento da carruagem, embora alguns estudiosos discordem sobre a história de sua invenção. Cavalos e carruagens sãomencionados nos tabletes de Mari (séc. XVII a.C.), e os cassitas e o povo mesopotâmico Mitani (séc. XVII a.C.) eram conhecidos tanto pela criação de cavalos quanto pela tecnologia das carruagens. De fato, os cassitas desenvolveram uma nomenclatura precisa para os componentes das carruagens, e os nobres guerreiros de Mitani compunham um grupo de especialistas em carruagens.
De maneira semelhante, os estrangeiros introduziram cavalos e carruagens entre os egípcios (Gn. 15) durante o período dos hicsos (séc. XVIII-XVI a.C.). No período subsequente do Reino Novo (séc. XVIXI a.C.), as carruagens puxadas por cavalos eram de uso comum nas guerras e procissões religiosas. Às vezes, até serviam de tronos portáteis. Relevos e pinturas egípcias retratam Seti I e Ramessés III posando em carruagens, empunhando o arco diante dos inimigos. Também foram encontradas carruagens em artefatos das tumbas da XVIII Dinastia, como os que estão relacionados ao rei Tutancâmon.
Os modelos das carruagens mais primitivas permitiam que duas pessoas lado a lado - um condutor e um arqueiro ocupassem uma pequena plataforma. O eixo era feito de madeira, e as braçadeiras mantinham o conjunto unido. As rodas eram encaixadas ao eixo com chavetas de madeira ou de bronze. Os varais estendiam-se até a parte traseira da carruagem e eram presos com braçadeiras de couro, estas ligadas às cangas dos cavalos com tiras. Uma vez que os cavalos foram primeiramente usados nos tempos antigos para puxar carruagens, o termo cavaleiro de Êxodo 15:1 provavelmente indica o condutor da carruagem. O motivo de orgulho retratado na canção, a fato de Deus ter arremessado cavalo e cavaleiro para dentro do mar, demostra de forma dramática a maneira pela qual o poder de Deus superou a tecnologia e a mais avançada ferramenta de guerra disponível na época.
COTIDIANO
O papel do patriarca na vida familiar Se quisermos entender Abraão como fundador e pai da fé de Israel, precisamos, antes de tudo, reconhecer o papel que um patriarca desempenhava na vida familiar durante o período pré-monarquia. A estrutura social da época era composta de alguns níveis: a tribo, o clã e a família (Js.7.34). A unidade fundamental era a família paterna. Consistia de um patriarca adulto, a esposa, os filhos e as esposas deles, os netos e outros dependentes. Como a linhagem ou descendência passava para os filhos, as filhas casadas se incorporavam as famílias dos maridos.
Lamparinas
As primeiras lamparinas de cerâmica foram identificadas na Ásia Menor, Creta e Chipre, datadas de 3 mil a.C. As primeiras formas eram abertas, semelhantes a uma tigela rasa, com uma dobra para o descanso do pavio. A mecha era feita de qualquer material fibroso, linho, papiro ou fibras vegetais. Essas peças eram fabricadas individualmente pela modelagem manual. Elas eram abastecidas com azeite de oliva e o seu reservatório podia durar toda uma noite. Como elemento religioso, as lâmpadas eram desde os primórdios um importante item da mobília do templo, sendo, portanto, um objeto empregado na adoração aos deuses, tendo um caráter votivo.
ARQUITETURA
A pedra e a argamassa eram materiais de construção comuns em Canaã, mas as pedras eram escassas na Mesopotâmia. As escavações arqueológicas indicam que os tijolos de barro e o piche eram mais utilizados naquela região, o que confirma o relato de Gênesis 11:3.
As cidades mesopotâmicas antigas eram dominadas por um complexo templo, que incluía uma torre. O templo mesopotâmio típico, conhecido como zigurate, tinha a base quadrada e os lados inclinados com escadas que levavam a um pequeno altar no topo. O zigurate era dedicado a uma única deidade. Seu desenho tornava-o apropriado à "descida" do deus a seu templo para receber a adoração de seu povo e abençoá-lo. Em Gênesis 11:4, esperava-se que Deus descesse, mas o relato diz que ele não estava satisfeito! Aos zigurates mesopotâmios foram dados nomes que demonstravam sua função de escadaria da terra para o céu: Casa da Ligação entre o Céu e a Terra (em Larsa), Casa dos Sete Guias do Céu e da Terra (em Borsipa), Casa da Plataforma Fundamental do Céu e da Terra (na Babilônia) e Casa da Montanha do Universo (em Assur).